46 – crônica de uma mulher

Segunda feira será o meu aniversário, faço 46 anos.

É impressionante como me sinto bem, em paz comigo mesma, com meus valores e minhas verdades (se é que existe verdade).

Meus filhos estão criados e como sinto orgulho da trilha da Silvia e do Mateus, me sinto realizada como mãe, duplamente, já que sou avó da Luiza.

Fui casada por muitos anos e fui feliz em meus casamentos. Por isso digo que todos devem experimentar cada etapa da vida.

Hoje, sozinha me sinto tão bem, sem os compromissos com o outro, curtindo um pouco meu egocentrismo, indo e vindo sem dar satisfações, saindo na hora que quero ou não saindo porque assim o quero.

Não tenho preocupações com casa, roupas, almoço, jantar, lanche, só as minhas preocupações, que percebi, ao longo do tempo, deveriam ser bem pequenas com esses assuntos. Devemos nos preocupar em viver e fazer feliz quem amamos, isso é o essencial! Apaixonar-se e amar sempre é muito bom, sempre!

Nos últimos 3 anos tenho viajado mais e conhecido muitos lugares. Viajar me proporcionou a maior riqueza do conhecimento: encontrar pessoas, culturas, vidas. Como tenho sido feliz nos encontros, quanto prazer isso me dá. Meu espírito se renova a cada dia, porque como diz um grande amigo meu a vida é a soma de nossos encontros. Pessoas especiais somam em dobro.

Gosto de trabalhar, de sair com amigos, de dançar, de rir e mesmo chorar, porque sou altamente emotiva e sensível.

Todos os dias antes de sair me olho no espelho e hoje vejo uma mulher madura, ao ver meu reflexo gosto do que vejo, me sinto jovem, muito jovem e com muita garra e vontade de viver!

Dia 18, feliz aniversário!

Noite – bonito e inusitado

Tenho sérios problemas pra dormir, acredito que o porquê seja o fato de considerar as noites especiais, seja no seu silêncio em casa, as saídas com amigos, o dançar,  gosto da noite em tudo, cada momento, aí não durmo!

Mas algumas se tornam mais especiais pelo inusitado, ontem foi uma delas.
Primeiro saí com o Marquinho que chegou de BH. Fomos dançar, adoro isso!
Especial porque o Maquinho é professor de dança de salão, quem me iniciou nisso e um dos melhores profissionais que conheço, além disso, irmão de duas grandes amigas, que claro estavam junto, Lígia e Lilian, acompanhada de seu fiel escudeiro, Wanderson.
Gente, já rodopiaram forró com um professor de dança? Ahh, vocês precisam experimentar isso!
A noite tinha iniciado, dançamos por quase 3 horas, mas o povo estava cansado e eu na pilha …

Nos despedimos e liguei para minhas amigas de plantão e notívagas como eu, Wanny e Carina.

Estavam no Godofredo, um bar relativamente novo em BSB e pra lá segui.

Aí vem o simples, bonito e inusitado: no final da noite começou a chover,  um pipoqueiro da noite encostou do nosso lado e começou a estourar pipocas  salgadas e doces, aquele cheirinho gostoso, final de noite fantástico vendendo pipoca pra caramba.

O lúdico nisso tudo é que era um senhor velhinho, cabeça branca e quando esvaziamos o saco ele pediu de volta pra colocar mais pipoca quentinha, gravei a cena em meu cérebro
Possivelmente o velhinho era daquelas pessoas que “aparecem” e “desaparecem” como por passe de mágica, vindo do alto para nos trazer alguma mensagem.
Hoje em dia, realmente, é muito difícil ver alguém atender sem pedir/receber algo em troca. É algo inusitado mesmo.
Foi uma imagem muito marcante, o cabelo dele era todo branco, ele sorridente na chuva estourando pipoca e nos dando um final de noite surpreendentemente agradável.

Pipoca é tudo de bom!!!!   E a oferta dele e o sorriso realmente me marcaram, daria um conto …