Estava relendo nossas conversas, não pude deixar de rir, essa foi a última foto que te mandei e recebi essa resposta: “Então noiva? Parabéns pelo noivado, estamos com saudade.”. Meses depois deixei este recado: “Por onde você anda comadre? Tenho um monte de coisa para falar e te atualizar, rsrsrs, beijos”. Como essas trocas sempre foram importantes entre nós, uma foto, poucas palavras, já sabíamos que alguma coisa havia acontecido, antes era ir na tua casa, depois o telefone, com a minha mudança para Brasília, e no corre corre do nosso dia-a-dia deixávamos rápidas mensagens para sinalizar uma futura conversa, fosse messenger, Skype, WhatsApp, assim mantínhamos o vínculo de amizade, tudo o que fosse importante era dito para depois ser aprofundado. Em Pelotas ainda eram necessárias nossas madrugadas. Reler as conversas me lembra do quanto nosso vínculo é forte, trocamos, dissemos, falamos, rimos, choramos, aí, nesse final de semana, vendo o vídeo da entrevista da tua mãe e do Pedro, percebo a nossa foto do lado dela, mais uma constatação do quanto a tua família também é minha. Nos tornamos verdadeiras irmãs. E agora Cláudia?! Para quem vou correr, há mais de 30 anos é para ti que envio meus sinais, tem coisas que só uma pessoa pode entender, que só uma pessoa percebe de primeira, que uma rápida olhada já é compreendida. Sim, assim como tu, também tenho mais amigos, mas não tenho outra confidente. Então, resta um monte de interrogações. O jogo está interrompido, estamos no intervalo, um longo intervalo. Algum sacana quer ganhar de W0, porque não sabe jogar, é um perdedor, precisa da vida de outra pessoa para ser alguém, estupidez humana, humana, resta humanidade nessa criatura?! Mas vou comunicar que a partida vai reiniciar, tem muita gente torcendo para isso, e essa torcedora mor estará ao teu lado para o pontapé inicial do segundo tempo, com muita garra e determinação. Me aguarde Pelotas, me espera Cláudia!