Oração

Cláudia

Senhor estou vindo aqui hoje em oração te pedindo compreender tudo o que não estou conseguindo. Tenho me sentido pequena, sempre tive fé, não sou de esmorecer diante da dificuldade, agora vejo que preciso de força, porque não entendi os seus desígnios,  o que faço diante do debochado, me ensina a não esmorecer com o escárnio, me conduz e fortifica diante da maledicência, me dá sapiência na ignorância, me ajuda a ser humana na insensatez, me ensina a fazer a tua vontade, porque não estou conseguindo. Os dias tem sido duros, estamos sofrendo com a ausência da Cláudia, poucos somos em união de sentimentos, hoje me senti David frente a Golias,  estava triste com a difamação de minha amiga, Tu bens o sabes, consegui desabafar, acompanhei uma amiga também isolada na injúria, tento ser digna de minha amizade, sou grata por teres me dado amigos tão leais, quero ao menos dar minha reciprocidade, mas confesso não compreender onde meus semelhantes buscam a verdade, todos nós que partilhamos o amor a Cláudia tentamos, porque as pedras?! Dias e dias de sofrimento, até quando mais? Porque ainda temos que conviver com o descaso, com o julgamento humano, com a dissimulação, com a leviandade, com o desamor?! Qual é a lição que ainda não foi aprendida?! Um dia a verdade virá a tona, estarei esperando com minha amizade, com minha inteireza, com o meu coração em paz, pois estou tranquila com os meus sentimentos, com a minha fé, não ousei acusar quem fez qualquer coisa, não apontei o meu dedo, sei que não é o meu papel. Deixo para os investigadores esse o que tiver de ser apurado Se não pude entender peço o teu perdão.  Que triste Senhor, estão brincando de Deus…

 Oração de São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna.

O real e o imaginário…

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Fui abordada por uma pessoa que me perguntou o porquê de eu não defender a honra da Cláudia, perguntei como assim, imediatamente respondeu, dizem que ela fugiu com um amante, o cara do retrato falado… Fiquei entre boquiaberta, espantada e bestificada… depois de sua mãe e de todos nós, os próximos que amam verdadeiramente a Cláudia, termos falado da felicidade que estava vivendo, pessoal e profissional, da correção de caráter, da honestidade, dos bons sentimentos, como podem distorcer isso, como podem dizer que ela fugiu com um amante?! Divulgamos sim o retrato falado, sempre achamos que ela foi subtraída de dentro de casa, e se fosse essa a pessoa que a levou?! O que é isso minha gente?! Não basta a Cláudia ter sumido de nosso convívio, realmente temos que enfrentar as hordas que misturam o real com o imaginário, uns por quererem ferver uma realidade grotesca, outros por serem levados por comentários maliciosos. São várias as pessoas da convivência da Cláudia que tentaram elaborar uma cronologia desde o início do seu desaparecimento, que se colocaram a disposição inclusive para serem investigados, que tentam esclarecer com informações pertinentes tudo o que sabem, que querem o desvendamento de toda essa tragédia, que a querem de volta…  Aqui existe sentimentos de hombridade, de humanidade, de união, dentro de uma doída realidade; mas parece que concorrendo com tudo isso por fora segue o imaginário, a distorção, o boato, o ouvi de alguém que… Por meses tentamos esclarecer, aquilo que pode ser esclarecido, porque não sabemos o que aconteceu depois do desaparecimento. Confiamos na pessoa da Cláudia, aquela da retidão de caráter com quem convivemos durante anos. Sentimos a preocupação e o afeto das pessoas que procuram dar o necessário conforto. E nos sentimos abandonados pelo destino, pelo descaso, pela distorção, pelo desvirtuamento. Imaginar o que pode ter acontecido é normal, tentar ajudar mais ainda, apontar sem provas, falar da Cláudia, que não pode sequer se defender, criar factoides, difamar, nossa, como dói… não aceito! Não, a Cláudia não saiu de casa mundo afora, não, a Cláudia não fugiu com um amante! Choramos pelo real, choramos pelo imaginário, ambos causam dor!