Cozinhando

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Não tenho a pretensão de ensinar ninguém a cozinhar, mas sou pretensiosa, resolvi revisar as receitas da família, dos amigos, recolhidas ao longo do tempo, escrever sobre elas e publicá-las. Nada complicado, as medidas caseiras de todo o ser normal que não quer ser um chef, mas gosta de ser um cozinheiro. Sou de uma família onde os encontros sempre se deram em torno de uma mesa ou de um fogo, fosse ele do fogão ou da churrasqueira. É assim que recordo de alguns de meus melhores momentos. Fosse na volta da minha avó, doceira e cozinheira de mão cheia que tinha uma ajudante, a Mina, uma baiana radicada em Pelotas, depois de ter passado anos no Rio de Janeiro, com comidas incríveis. Da churrasqueira do meu pai saíam as melhores carnes assadas, o aperitivo era o matambre, super macio. Ele também cozinhava, lembro de seu lagarto ao forno recheado de toicinho acompanhado de um macarrão caseiro com molho de tomates e cebolas, meu irmão herdou esse dom, assava carnes fantásticas no forno ou como churrasco, acompanhava uma salada de batatas, no fogão a comida era feita com carinho e maestria. Desde pequena ganhou de mim pudins, uma forma de agradecer o seu carinho. E assim fui introduzida ao mundo desses cozinheiros maravilhosos e fui me apaixonando. Minha mãe nunca gostou da cozinha, entrava nela em ocasiões especiais, como o Natal, e não fazia feio. A cozinha me emociona e me faz feliz, acho que consegui transmitir esse sentimento para os meus filhos e percebo os primeiros passos de minha neta mais velha nesse ambiente, com seus risotos. Meu marido também gosta, somos uma família de cozinheiros, os nossos encontros tem comida farta, feita com carinho, ele é essencial neste ato. Não tenho a habilidade do acabamento fino, meus pratos são bonitos e convidativos, mas a decoração deles é a que sai na hora. Compartilhar, esse é o lema, sejam lembranças, carinho, comida, juntar todos esses ao mesmo tempo em torno de uma mesa é muito amor! E as recordações vão fluindo e nos convidando a receitas e mais receitas… A vida foi trazendo os amigos, com eles partilhei outro tanto de receitas, muita troca boa, comida melhor ainda. A cozinha se faz na entrega, com risadas, com lágrimas, por gosto! E as recordações vão fluindo e nos convidando a receitas e mais receitas…

 

 

Ingredientes básicos para qualquer comida salgada: azeite, sal, cebola, alho, pimenta.

Ingredientes básicos para comidas doces: açúcar, baunilha, cravo e canela.

Agora é só acrescentar e inventar!

Próximas publicações no blog http://cozinhandoadrianafetter.wordpress.com”

Receitas

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Hoje bateu aquela vontade de revisitar receitas antigas, sempre gosto e olhar, principalmente as da vó Olga, a quem eu ficava desde pequena acompanhando, seguindo os passos, correndo da copa para a cozinha e da cozinha para a copa, tentando acompanhá-la em seu ritmo silencioso e rápido. Ela acordava as 5 horas, gostava de cozinhar no fogão a lenha. Colocava a lenha para queimar e enquanto aquecia ela separava a nata do leite para fazer a manteiga que iria usar mais tarde. Quantas vezes cheguei pela manhã e lá estava ela de avental, com uma enorme lata entre as pernas com um batedor de madeira adaptado, batendo a nata. O alguidar, as gamelas, farinha, ovos açúcar, tudo disposto na mesa redonda da copa, conforme a receita que iria ser feita. Ao lado, na cozinha o enorme fogão a lenha tinindo cozinhava a sopa, o feijão do dia, a carne, as verduras e legumes exalando os aromas e nos convidando a ficar. A mesa sempre posta com pão fresquinho, manteiga e geléia. Eu, felizarda, ganhava o meu pão com bife e café com leite as dez horas, ela parava o que estava fazendo para passar um bifinho na chapa do fogão, minha merenda. Depois voltava correndo para a copa onde acompanhava os afazeres de minha avó. Nunca entendi como ela encontrava tanto tempo para tudo e para todos. Somos netos apaixonados por ela, mulher forte, quase calada, sorriso franco e sincero, mas muito, muito carinho nos gestos. Cada coisa recebida de suas mãos trazia junto o seu recado, fiz especialmente para você, porque sei o quanto você gosta. Me apaixonei pela cozinha assim, a beira de uma mesa de doces, olhando avidamente o que ela fazia, como fazia, quanto colocava de cada ingrediente. Desse jeito aprendi a fazer o seu pavê de chocolate e nozes, ovos moles ou baba de moça, merengue, pudim de claras, torta de amendoim, e todo o básico da cozinha do dia-a-dia. Algumas coisas que temos em comum era sermos metade portuguesa metade alemã, uma avó Olga, também tens a tua, gostarmos de chimia, misturar doce com salgado, trocar receitas e tantas outras que nos aproximaram. Juntinho das anotações da minha vó Olga encontrei uma tua Cláudia, o pão de ló de laranja, que coroou muitas tardes de sábado de nossas conversas. Saudades!

P.S. I love you

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Hoje acordei bem cedo, de repente, não havia nenhum motivo aparente, enfim, ainda era de madrugada, peguei meu celular para ver as horas, tinha uma música nas minhas lembranças e fui ouvir Ne me quitte pas , e fui ouvindo outras até que surgiu na lista um filme, que, claro, já tinha visto, mas resolvi rever, apesar de ser longo, mas era muito cedo, então segui a minha vontade de ver P.S. I Love You. Poder perder tempo com coisas que nos agradam é tão bom, se dar a oportunidade… Lembrei logo de um livro / filme que gostavas, A Insustentável Leveza do Ser, embora os dois filmes não tivessem relação, mas as coisas são assim, quase tudo o que faço tem um elo com alguma lembrança tua. O meu filme fala de despedida, de um amoroso adeus entre um casal, pela morte dele. Não é triste, o roteiro foi feito para privilegiar a alegria. Somos alguns poucos que ainda tem uma leve esperança no teu retorno, porque assim a vida fica um pouco mais fácil, somos os tolos aos olhos de muitos. Não tivemos possibilidade de despedida, nenhuma, só nos resta as recordações, pensamentos e divagações. E eles acontecem aos montes, brotam, do nada fazem seus entrelaçamentos, nos pegam de surpresa, as vezes nos fazem sorrir, noutras choramos. A vida tem sido uma espera, de notícias, de avanços nas investigações, de alguma pista, de qualquer coisa, mas nada tem acontecido, além de esperar…  Se eu pudesse descrever esses meses eu diria assim: existem dois tempos paralelos, num o passar das horas é normal, segue-se a vida comum, noutro não há futuro, existe passado e presente, lento, tudo é lento, redemoinho de fatos, momentos, sem fim, não acaba, vivemos os dois concomitantes, se isso é possível, é assim que me sinto. E nesse turbilhão tenho um desejo, que possamos um dia ter um reencontro e uma despedida, porque assim não dá!

Usura

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Sempre me chamastes de vermelhinha, dada a minha tendência em me posicionar a esquerda, desde os tempos de estudante, me rendo, se se indignar com tudo o que o homem faz para explorar o seu semelhante é ser vermelhinha, sou mesmo, ainda fico indignada com a usura humana. Estava aqui pensando nas tragédias recentes que tem acontecido, no Brasil, Mariana, pelo descaso ou pouco caso com a vida humana frente ao capital e em Paris, cidade que amavas, onde sonhavas fazer o teu pós doutorado, pelo fundamentalismo religioso e terrorismo. A indiferença humana é de uma crueldade ímpar, vou fazer uma breve cronologia aqui de fatos acontecidos nesse ano, e nem vou me referir a Síria. Em janeiro foram duas mil pessoas mortas na Nigéria, em abril 147 mortos no Quênia, em outubro foram 95 mortos na Turquia, no Líbano dois dias antes da França, 40 mortos e em Paris 129 mortos e em todos esses lugares tantos outros incontáveis feridos, em todos esses lugares, os ataques foram terroristas. Passei esse final de semana pensando que estamos chocados com o que aconteceu na França, mas não percebemos nada disso antes, como deixamos de ver 2 mil mortes na Nigéria?! Tenho uma outra pergunta, quantas mortes estão acontecendo no oriente pelo petróleo, sim, pelo petróleo?! O período pós invasão do Iraque resultou na morte de 120 mil civis, os que foram contados… A realidade é que só vemos o que a imprensa quer nos mostrar, sempre foi assim, choramos pelos americanos do onze de setembro e estamos chorando pelos franceses, sim, porque é uma tragédia terrorista e tem que ser chorada, mas pouco se sabe sobre os genocídios que estão acontecendo no mundo, que não são divulgados, muito menos chorados pelo mundo ocidental. Em Mariana, que a imprensa divulgou tão pouco, tem um distrito inteiro submerso pela lama tóxica, sete mortes confirmadas e 15 pessoas desaparecidas.Também passei o final de semana engasgada pelo desastre ambiental de Mariana, cidades e mais cidades banhadas pelo rio Doce que agora sequer água têm para beber. Um rio morto, devastado pelos metais pesados e pela sedimentação das margens por águas cheias de ferro, quantas milhares de pessoas atingidas?! Não estou comparando as tragédias, estou escrevendo sobre o que me incomoda, o abuso, a exploração humana por outro ser humano, a qualquer custo, seja petróleo, seja minério, vale matar.

Orquídea

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Estava olhando a fotografia da orquídea que ganhastes da tia Maria no dia da tua formatura do teu doutorado, sim ela floresceu lindamente, mais de vinte botões, só quatro abriram por enquanto. Pensei em todos esses anos que se passaram desde então e me dói ver que, depois de tantas conquistas pessoais e profissionais, tu não estás aqui para usufruir, simplesmente viver o mérito delas. Desde abril vivemos com pontos de interrogação em nossas cabeças. Lembro que quando o meu filho me ligou avisando o teu desaparecimento, no primeiro momento pensei na nossa conversa sobre velejar na lagoa, me dissestes, não é fácil, se engana quem pensa isso. Pensei que vocês estavam incomunicáveis no meio da lagoa, só isso, logo seriam encontrados pelo socorro. As imagens se amontoaram na minha cabeça, não era nada disso, não foi assim que aconteceu, mas é impressionante a quantidade de pensamentos que se sobrepõem em segundos, até hoje nada está claro ou esclarecido. Enquanto isso, continuamos levando a vida, com os fragmentos de nossa memória vindo a tona a todo o momento, a orquídea é só mais um desses pensamentos desencadeantes. Todos os anos ela floresce no tronco da árvore, um rosa vívido quase fúcsia, esse ano os galhos se dividiram em dois carregados de flores. As orquídeas independem dos teus cuidados, só precisam da natureza, do tronco onde foram colocadas, para nos presentear com o seu espetáculo. Nós estamos vivendo da tua saudade, lutando para conseguir qualquer vestígio de ti. Não há qualquer predisposição para aceitar o que aconteceu. Li um comentário a poucos dias de uma pessoa dizendo que queria ter uma amiga como eu, que não desistia de ti, aí me pergunto, como posso desistir de uma parte de mim?! Sim, todos aqueles a quem amo fazem parte de mim, relegá-los é deixar de viver aos poucos.

A revolta dos gatos

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Sempre fostes uma apaixonada por bichos, todos os que se machucaram na frente da tua casa foram por ti acolhidos, não importando quantos já ali moravam. A última vez que contei eram três cachorros e sete gatos.  E apesar de serem tantos a casa sempre estava em ordem.  Nunca importou a raça, a cor, mas sempre importou a necessidade. E como eles te cercavam quando chegavas, era o sol que entrava iluminando a vida deles. Comida fresca, água limpa, para uma das gatas a torneira do tanque ficava gotejando, ali ela matava a sede. Sim, teus bichos tem personalidade, combinam com a dona. Ali eles chegaram, foram cuidados, ficaram, havia um motivo maior para morar ali, eram amados. A paixão pelos animais te pediu mais, cursar veterinária. Eram bichos educados, muitos na violência da rua, então extremamente carinhosos. Pela rua ficavam pulando de pátio em pátio até o portão abrir, a noite se tornara a hora do carinho da dona, para os mais velhos que perderam os dentes o tratamento era especial, para que pudessem comer e não perderem a dignidade na velhice. Um dia eles simplesmente se revoltaram, xixi por todos os lados, roupas sujas por cocô, os limites deixaram de existir, na casa pode fazer tudo, não interessa mais a ordem. Eles não sabem que te levaram, não sabem porque não estás lá, mas sentem que as coisas não estão bem, sentem a tua falta e o teu cuidado, é o jeito de dizer que querem a Cláudia de volta. A casa já não é a mesma, os bichos seguem na bagunça dos sentimentos, os deles reproduzem os nossos, andam a ermo procurando por ti, desnorteados, e nos cantos marcam o seu território, para te dizer, estive aqui te procurando, sinto a tua falta, volta!

O Final

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Um dia recebi uma mensagem da Lisa pedindo perdão a mim e a todos da família da Cláudia, iniciava assim: “Sinto muito, Adriana, do fundo do meu coração eu sinto muito”. Li, reli, pensei e percebi sinceridade em suas palavras. Mesmo quando ela escrevia suas convicções na página eu já notava a força de suas palavras, claro, não gostava, porque sabia que quem lesse seria conduzido por idéias equivocadas. Ali havia uma pessoa com a capacidade de convencimento e condução. E, reconheço, que me impressionei, mas tinha raiva das suas palavras, me chocavam, porque apesar de serem convictas, falavam de uma realidade inexistente. De minha parte a Lisa está perdoada e esse espaço também será seu, para que a Cláudia também possa falar!

FINALIZANDO OS ESCLARECIMENTOS… – por Lisa Siqueira

Acredito que esta última parte seja uma das mais importantes.

Conforme o tempo foi passando neste meu “envolvimento” com o desaparecimento da Cláudia eu passei por vários estágios. Quando vi a notícia na TV, imediatamente, de acordo com as informações recebidas, formulei uma teoria. Depois, curti a página Desaparecida Cláudia Hartleben e fui me aprofundando (ou afundando) em outras teorias. Assim como muitas pessoas por lá, eu não entendia e não aceitava o silêncio da família e dos amigos mais próximos. Meu

Deus! Foi um ser humano que desapareceu! Como podem esperar passivamente a volta dela ou uma resposta para esse sumiço? Como podem não se unir às mais de 16 mil pessoas que acompanham esse caso com tanta expectativa e angústia? Eu queria respostas! Eu queria ver o Pedro esmurrando o ar e bradando contra tudo e contra todos. Eu queria ver a Adriana “mexendo os pauzinhos” e descobrindo quem de fato levou a Cláudia. Eu queria que a polícia fosse mais ágil,

que o promotor fosse mais enérgico, que todos se mobilizassem e passassem plantados na frente do prédio do MP, dia e noite, com cartazes e palavras de ordem. Eu queria… Ah! Como eu queria tantas coisas das quais não tinha conhecimento… E, por não ter o conhecimento, por não saber como tudo estava realmente acontecendo, por não estar junto a eles quando receberam orientações da promotoria, explicações da polícia, por não conhecê­los pessoalmente, não saber de suas

particularidades, de seus sentimentos, eu fui me impregnando de “achismos” e do alto da minha arrogância, também achei que sabia mais do que eles, que estavam ali, vivendo aquela realidade cruel. Historicamente, as mobilizações populares têm contribuído para mudanças positivas em muitos aspectos sociais, culturais e até criminais. Vejamos, como exemplo, o caso do menino Bernardo, onde a comunidade e suas manifestações, até a criação de páginas no FB, foram determinantes

para a prisão dos culpados e, possivelmente, para suas condenações. Mas, nesse caso, a situação era outra. Haviam provas contundentes contra os partícipes, estava tudo muito claro, cheio de pistas e as digitais dos criminosos estavam por toda parte. Em poucos dias a polícia chegou ao corpo da criança e às pessoas que a mataram e ou mandaram matar. Quanto à Cláudia, o que sabemos? Ela passou o dia todo da quinta­feira, 9 de abril, trabalhando na Ufpel; depois foi visitar

enfermos; depois foi jantar na casa de uma amiga; voltou para sua casa e no meio do caminho deu um telefonema rápido para o marido que estava viajando; chegou em casa, onde o filho estava dormindo; trocou de roupa, tomou um café, fumou um ou dois cigarros, botou cortinas na máquina e desapareceu. Dias depois, ficamos sabendo, ainda, que teria sido vista na companhia de um rapaz, numa estrada no interior de Canguçu; que as imagens de câmeras de monitoramento

estavam sendo analisadas; que materiais haviam sido encaminhados para a perícia; que pessoas foram convidadas a fazer o teste do polígrafo; que a polícia estava tomando depoimentos e fazendo diligências. Depois, silêncio, sigilo. Mais nenhum detalhe foi noticiado, não podia ser, por determinação judicial. E neste ponto deveríamos ter parado, em solidariedade a uma mãe sem a filha, a um marido sem a esposa, a um filho sem a mãe, a uma amiga­irmã sem a sua amiga­irmã, a

uma família toda e uma gama de amigos, colegas e alunos sem chão, perplexos, chocados, perdidos e com medo. Especulações, suposições, desconfianças, deveríamos ter guardado para nós, comentado apenas com nossos amigos mais íntimos, com nossas famílias, porque é normal do ser humano ser curioso, falador, imaginativo, mas, não podemos tomar como normalidade o ato acusatório, sem provas, que magoa, que fere profundamente quem já está sofrendo além das suas

possibilidades. Ironicamente, faltou humanidade àqueles que clamam por justiça. Ironicamente, porque a justiça não pode ser desvinculada da humanidade, uma não existe fora da outra. Eu não estou culpando a ninguém. Eu culpo a mim mesma, porque tive a opção de escolha, de reflexão, de bom senso. Eu me dei um direito que não tinha e agora uso do dever que tenho para me desculpar e para cumprir com minha obrigação com a Cláudia. É por ela que hoje estou aqui, neste blog, e não na página Desaparecida Cláudia Hartleben, porque se eu tivesse a oportunidade de dizer todas estas coisas lá, eu diria. Não espero piedade nem compreensão, especialmente daqueles que ainda estão tão contaminados pela maldade que não conseguem ver o óbvio. Eu espero encontrar a paz. Eu devo desculpas ao Pedro e à Eliza por ter induzido muitas pessoas a acreditarem que eles seriam os culpados pelo desaparecimento da Cláudia. Eu devo desculpas à Adriana, por ter sido

debochada e ter duvidado do seu empenho e interesse em encontrar sua irmã de coração. Eu devo desculpas à Cristina Garcia, prima da Cláudia, por ter colocado tanto ódio nas minhas palavras quando discuti com ela na página. Eu devo desculpas aos colegas e alunos da Cláudia, por ter afirmado que eles já a teriam esquecido. Eu devo desculpas a todos os amigos da Cláudia e de seus familiares, por ter dito que eles não a amavam mais. Eu devo desculpas ao MP e à polícia, por ter inferido saber mais do que eles – eu, uma estudante de História, que apesar de estar no último semestre do curso, não serei habilitada como autoridade policial. Eu devo desculpas aos tantos inocentes, pessoas de boa fé, que acompanharam, curtiram e comentaram meus textos na página Desaparecida Cláudia Hartleben. Eu devo desculpas, principalmente, à Cláudia, porque pensei saber mais de sua vida e suas relações do que ela e os que a cercavam. Devo-­lhe esculpas, Cláudia, e um eterno agradecimento: obrigada, porque apesar dos meus erros, ainda te preocupaste em me avisar a tempo que eu estava fazendo tudo errado. Obrigada, querida, pelo ser humano magnífico que és, uma pessoa de muita luz, uma educadora abnegada, que mesmo vítima dessa tragédia, continua a ensinar com amor. Feliz de quem, como eu, conseguir aprender.

Esclarecimentos 4 – por Lisa Siqueira

Dando continuidade aos esclarecimentos, hoje resolvi falar sobre a Adriana Fetter, comadre e

amiga da Cláudia.

Muitas pessoas pensam que a Adriana tem poder e influência suficientes para colocar até a Polícia

Federal na investigação sobre o desaparecimento da Cláudia. Confesso que, por algum tempo, eu

também acreditei nessa possibilidade. Muito vagamente, porque conheço um pouco dos caminhos

jurídicos e hierárquicos dentro de cada corporação, mas, achei que ela poderia fazer mais, pela

posição que ocupa. Como eu não tinha nenhuma relação com a Adriana e também nenhum

conhecimento sobre o que ela estava fazendo ou deixando de fazer, ficava “imaginando” coisas.

Quando passei a conversar com ela e a conhecer melhor, percebi que ela faz muito pela Cláudia.

Não pela posição que ocupa, mas pela pessoa humana que ela é e pelo amor incondicional que

nutre pela Cláudia.

A Adriana é servidora pública federal desde 1985. Atualmente ocupa a função de chefe de

gabinete do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, da Casa Civil da Presidência da

República. Outra informação importante: ela está lotada na Presidência da República há 22 anos,

ou seja, não foi nomeada chefe de gabinete porque faz parte da cúpula do PT, partido da

presidente. Foi nomeada chefe de gabinete por mérito profissional. Mais uma coisa: é no Instituto

Nacional de Tecnologia da Informação ­ ITI, não é no Departamento de Inteligência da Polícia

Federal. São duas coisas distintas, dois órgãos distintos. O ITI “é uma autarquia federal vinculada

à Casa Civil da Presidência da República, cujo objetivo é manter a Infraestrutura de Chaves

Públicas Brasileira ­ ICP­Brasil, sendo a primeira autoridade da cadeia de certificação ­ AC Raiz”,

(esta informação está no site do órgão, disponível a todos). Chaves públicas, certificação digital,

documentos eletrônicos… Como dizem os adolescentes, “tá ligado?”. Não tem

nada a ver com investigação, bisbilhotagem em computadores, Ips, grampos, invasão de páginas

do Facebook para descobrir o que as pessoas escrevem inbox, quem está por trás dos fakes, estas

coisas todas, também fruto do imaginário e da má­fé. A Adriana, apesar de ser Fetter, um

sobrenome forte em Pelotas e a quem muita gente atribui forças ocultas poderosas, não tem a

prerrogativa de investigação institucionalizada. Ela não pode ligar para a Dilma e dizer:

“companheira, preciso de um grampo em um determinado computador para descobrir quem sumiu

com a minha comadre”. Existe um documento chamado “Código de Ética Profissional do Servidor

Público Civil do Poder Executivo Federal”, que todos os cidadãos deveriam ler. Foi criado pelo

Decreto 1.171/94. Deem uma olhada, vale a pena. Se a Adriana não fosse uma servidora que

cumpre à risca o Código, não estaria onde está hoje e o fato dela não “usar” a função que

desempenha para procurar a Cláudia, não quer dizer que ela não a esteja procurando ou que se

importe menos com o que aconteceu a sua amiga querida. Ela só não é antiética e sabe que um

crime não justifica outro. Por favor, parem de torturar também este ser humano!

TENHAM PACIÊNCIA, AMANHÃ TEM MAIS…

Meio luto

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Pode existir uma dor dentro da dor? Hoje para mim é assim que estou vivendo o meu dia, um dia de luto…  Uma interposição de tristezas… O conheci muito antes dela, fazia universidade, morava na praia, parecia ser feliz, diferente dos irmãos, acredito que naquela época não pensava em seguir uma carreira agrária. Anos depois o namoro dos dois reuniria duas pessoas de quem eu gostava muito, então fiquei feliz… Na minha cabeça passa um vendaval de lembranças que me atordoam e atormentam, porque tento inesgotavelmente entender, afogar sentimentos e tentar esquecer que nutri um sentimento de irmã, porque me machuca, dói em dobro. Luto por ela, não aceito o presente sem futuro. Quando eles estiveram em Brasília, alguma coisa já não estava bem, ouvi um comentário que tinha vontade de descontar em casa o que o irritava fora. Foi ladeira abaixo… Nem a família o entendia. Foi afastado, exilado, mas buscou isso. Restou para ela reconstruir a sua vida. Foi o que fez! Mas sempre o pesadelo a rondava, por mais feliz que estivesse havia uma sombra, a nuvem nunca se afastou.  Penso nas duas famílias, que são minhas também, choro por elas. Não sei muito bem quando tudo isso mudou, mas bem sei o quanto essa mudança foi caótica.  São duas famílias destruídas, são vidas marcadas pela tragédia.  Pensar que hoje o confronto se instala definitivamente num tribunal. Tristes famílias que já foram unidas por um bom sentimento, divididas por uma tragédia –  magoa, fere. Uma está mais do que ferida, está aniquilada. A sombra da morte se instalou, a filha teve que deixar de ser feliz, desapareceu e nunca mais se ouviu falar dela…

Delito Menor – por Lisa Siqueira

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CONTINUANDO…
Sobre a postagem do Dr. Sanguinetti, publicada em sua página no dia 29/10 e compartilhada na página Desaparecida Cláudia Hartleben na mesma data, onde o perito diz: “O julgamento de um delito menor, onde a vítima, posteriormente, sofreu delito maior”. Através dos familiares fiquei sabendo como foi esse “delito menor” sugerido pelo perito. Cláudia estava nas dependências da Ufpel, na companhia de um colega de trabalho, o ex-marido se aproximou dela, passou as mãos em suas nádegas e seios e ela o empurrou. Diante da reação negativa de Cláudia, ele disse a ela: “Antigamente você gostava!”.
Há um boletim de ocorrência registrado pela cunhada do ex-marido de Cláudia, em 2001, de agressão física. Testemunhas afirmam que no mesmo dia em que o ex-marido atentou contra a Cláudia, em 2009, ele agrediu fisicamente a tia dela, então com 70 anos de idade, quando esta tentava defendê-la em uma discussão ocorrida na residência da professora. D. Zilá disse em entrevista que a Cláudia sempre mencionava o medo que sentia do ex-marido e afirmava que se alguma coisa lhe acontecesse, seria pelas mãos dele. A comadre da Cláudia, também sua ex-cunhada e amiga de muitos anos, especificamente desde que Cláudia tinha 17 anos, revelou que ela contou sobre mais quatro agressões sofridas. No entanto, apesar da insistência da Adriana, Cláudia não registrou as ocorrências para não magoar o filho, que é muito ligado ao pai. Com certeza, há um histórico bem importante de violência.
No entanto, infelizmente, Cláudia não fez os outros registros que comprovassem as agressões e, também, infelizmente, não estará na audiência de instrução marcada para hoje, 04/11. Se não lhe tivesse sido roubado o direito de estar presente, ela poderia relatar em detalhes todas as agressões sofridas. Também poderia dizer ao réu, seu advogado e ao MP e, posteriormente ao Dr. Sanguinetti, como se sentiu quando teve sua moral e seu corpo atacados naquele dia, em 2013, e em outras ocasiões. Mas, a Cláudia não vai poder fazer isto, então, faço eu:
Senhores homens que estarão presentes na audiência e também esse senhor que se refere ao “delito menor”, o meu corpo é somente MEU. Nele só tocam as pessoas que eu permito tocar. O que meu marido e eu fazemos dentro da nossa casa pertence somente a nós e, se nos separarmos, ele não terá o direito de se aproveitar de nossos momentos de intimidade, expondo as coisas que gostamos de fazer enquanto estamos casados. Nem agora que estamos juntos eu lhe dou esse direito, muito menos se nos separarmos. Eu não sou gado, nem terra, nem casa, nem carro ou outro bem móvel ou imóvel que possa ser comprado com dinheiro e do qual ele se torne proprietário. Nem a posse sobre mim ele tem. O meu corpo é MEU e eu sou MINHA, somente. A ele eu dou o direito de me amar e de conviver comigo. Dele e de todos os homens no mundo eu exijo respeito e consideração, AGORA e SEMPRE! Se qualquer homem na face da terra ousar atentar contra o MEU CORPO ou a MINHA MORAL, ele estará me ferindo de morte, humilhando-me, constrangendo-me e magoando-me profundamente. Parece um tanto exagerado? Sim! Para quem nunca passou pela situação constrangedora de ter que se desculpar por ser mulher e “provocar” reações irracionais nos homens, parece exagero. Mas, nós mulheres passamos por isso todos os dias. Nosso cotidiano é feito, também, de situações vexatórias que nos humilham e nos fazem sofrer. Somos tocadas por mãos indesejadas; somos assediadas com baixarias; somos agredidas com palavras que muitas vezes ferem mais que tapas e socos; apanhamos; somos condicionadas pela sociedade a aceitarmos caladas tudo que nos agride em nome de “preservarmos” a nossa imagem, de “protegermos” os nossos filhos, de não colocarmos familiares, amigos e colegas em situações “vergonhosas”, como se fossemos culpadas pelas atitudes insanas cometidas contra nós.
Não, Dr. Sanguinetti! O que aconteceu com a Cláudia não foi um “delito menor”! Eu não estava lá, mas eu tenho certeza que a Cláudia sentiu um tremendo embrulho no estômago, as suas pernas perderam as forças, o seu corpo tremeu inteiro, as suas mãos suaram, a sua pele queimou, ela teve vontade de vomitar, sentiu como se fosse cair dentro de um buraco enorme que se abriu sob seus pés. Olhou envergonhada para todos os lados, olhou para seu colega, sentindo-se a pior das mulheres. Perguntou-se, “como eu posso ter um dia gostado que um ser desprezível como este tocasse em mim?”. Cláudia se sentiu ferida de morte quando foi ultrajada daquela forma, humilhada dentro do seu ambiente de trabalho. Ela, uma professora admirada por todos seus alunos, uma doutora pesquisadora respeitada no meio acadêmico, a mãe do único filho daquele homem. Com certeza, não foi a um histórico de amor e respeito que esse homem arremeteu naquele dia e, sim, a um histórico de violência, de brutalidade, de desprezo. Não é por amor que os homens batem nas mulheres e as ofendem, é por ódio, por inveja, por ciúmes doentio, por sentimento de perda, uma perda que não existe, porque a mulher não é sua propriedade. Não se pode perder o que nunca lhe pertenceu.
Senhores, a Cláudia não estará aí para lhes dizer tudo isso. Mas, eu estou! Digo-lhes que não há nada no mundo que minimize o que ela sofreu e sentiu. Até porque não houve, por parte do seu agressor, qualquer manifestação de arrependimento e, mesmo que houvesse, não diminuiria o fato ocorrido e a sensação vivida em relação a ele. Senhoras que curtiram a postagem do Dr. Sanguinetti sobre o “delito menor”, queira Deus que as senhoras nunca passem por uma situação dessas, mas, se vierem a passar, também queira Deus que estejam vivas e que possam estar presentes no dia de suas defesas, porque a Cláudia não estará no dia da defesa dela…
VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NÃO É DELITO MENOR!

Esclarecimentos parte 3

FB_IMG_1446593066648DANDO CONTINUIDADE AOS ESCLARECIMENTOS… – por Lisa Siqueira

Tenho alguns aspectos do caso Cláudia para esclarecer, àqueles que busquei junto às pessoas certas e até onde elas puderam esclarecer, sem comprometer a investigação. Mas, hoje quero me deter às postagens do Dr. Sanguinetti. Em 31/10 o Dr. Sanguinetti afirmou em sua página que tomou conhecimento “do comentário do irmão de Cláudia, que não fora ela quem estacionou o carro, que a posição estava completamente diferente de quando ela estacionava”. Contrariando esta afirmação consta:

1. Na reportagem publicada no G1 em 06/07: “O irmão de Claudia, que mora na casa ao lado junto com a mãe, escutou o barulho do motor do carro e do portão”.

2. Na reportagem publicada no Diário Popular de Pelotas em 18/07: “O irmão da professora, Alexandre, de 43 anos, afirma ter ouvido o barulho do carro de Cláudia chegando em casa por volta das 23h do dia 9 de abril. O caçula conta que estava fechando a porta da cozinha quando o portão da casa da irmã começou a abrir. Logo em seguida, ouviu o barulho do carro entrando na garagem e do mesmo sendo fechado”.

São apenas duas reportagens, para exemplificar, entre outras que citam o irmão de Cláudia e o que ele teria ouvido naquela noite. Procurei e não encontrei nenhum registro que corrobore com as afirmações do Dr. Sanguinetti, de que Alexandre teria afirmado que não fora a Cláudia que estacionara o carro e que este se encontrava em posição diversa da habitual.

Sobre o comentário feito por esse senhor na página Desaparecida Cláudia Hartleben há alguns dias, não sei precisar ao certo a data, pois quando fui conferir percebi que havia sido excluído e no print não aparece o dia, onde o Dr. Sanguinetti afirma, exatamente com estas palavras: “Acabo de receber informação de um policial de Pelotas que o erb do sistema telefonico que foi dito de uma ligação recebida de Porto Alegre, na verdade foi recebida em Pelotas. E agora?”. Agora, acredito que ele terá que provar tais afirmações, pois, segundo o senhor Pedro Gomes, marido de Cláudia e a pessoa que estava em Porto Alegre no dia do desaparecimento dela, houve mais de um contato com a Cláudia no dia 09/04 e com outras pessoas no dia 10. Tais ligações telefônicas foram apuradas pela polícia e comprovados os locais de onde partiram, ou seja, de Pelotas para Porto Alegre e de Porto Alegre para Pelotas.

Sobre a postagem do Dr. Sanguinetti realizada no dia de hoje, onde há está afirmação: “COMO CONHEÇO OS AUTORES DO CRIME, BASEADO EM CRITERIOSA ANÁLISE DE PROVAS CIRCUNSTANCIAIS, DEPOIMENTOS QUE SE CONTRADIZEM, ÁLIBIS QUE NÃO SÃO ACEITOS JURIDICAMENTE. CHEGUEI AOS QUE PARTICIPARAM DA ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA PARA EXECUTAR A PROFESSORA CLÁUDIA HARTLEBEN”. Uma afirmação bastante pesada, porém, mais adiante, esse mesmo senhor diz: “POR NÃO TER ACESSO AOS AUTOS, NÃO POSSO DIVULGAR MINHAS CONCLUSÕES SOBRE AUTORIA E ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA. PODERIA SER INJUSTO, SEM CONFRONTAR MEUS INFORMES COM O QUE CONSTA NO INQUÉRITO”.
Não sou eu que estou dizendo, é o próprio Dr. Sanguinetti quem afirma ter analisado provas, criteriosamente, e logo depois se contradiz, afirmando que não tem acesso aos autos – onde estão as provas apuradas pela polícia até o momento – e, portanto, poderia ser injusto ao divulgar suas “conclusões”. Vejam, o Dr. Sanguinetti já fez várias afirmações desde que “apareceu” no caso. Muitas pessoas, inclusive eu, acreditaram que ele realmente seria capaz de contribuir para desvendar esse mistério. No entanto, até agora, o que temos visto são afirmações descabidas, sem nenhuma ética, dizendo inverdades, confundindo as pessoas, desviando o foco e chamando a atenção para si, com suas declarações “bombásticas”. Não vejo nenhuma credibilidade em suas palavras e estou imensamente decepcionada com esse senhor. Não sei exatamente o que o motiva a se pronunciar de forma tão irresponsável, mas, ajudar a encontrar a verdade, com certeza, não é sua motivação. Não diante de tantas inverdades já constatadas. CONTINUAMOS MAIS TARDE…

Debochado

Este texto não é só meu, foi escrito a quatro mãos, por pessoas que amam a Cláudia e assistem com muita tristeza o uso do seu nome e da sua imagem.

Debochado

Se eu fosse uma pessoa muito próxima a Cláudia eu começaria dizendo, senhor médico legista George Sanguinetti estou em lágrimas pelo senhor,  percebendo todo o sofrimento que está passando pela morte da Cláudia.  Morte que é o senhor afirma com total certeza. Não sei de onde tirou essa informação. Ah!  Esqueci que elas chegam ao senhor a todo momento, recebe informações corretas do que efetivamente aconteceu. Esqueci da rede de pessoas honestas que o senhor tem a seu serviço, como a última,  por exemplo, lhe informou a localização do marido da Cláudia, afirmando que o ERB do celular dele estaria em Pelotas. Não poderia ser mais ridículo, mas o senhor sabe que está sendo?! Por mais que eu pense se o senhor é realmente quem diz ser e que leva em consideração essas informações.  Pode até ser que essas distorcidas informações cheguem ao senhor, mas colocar em uma rede social e assinar embaixo é realmente ridículo e temerário. O senhor sabe muito bem, se recebeu alguma informação verídica, foi que as ERB e investigações apontaram que o telefone do marido da Cláudia estava em Porto Alegre, das 10 h de quinta, dia 9 de abril,  até as 14h30 do dia seguinte.  Que as mesmas ERB apontaram o telefone da Cláudia na Av. Dom Joaquim, Pelotas, quando falou com o marido.  Desculpe, esqueci que o senhor nunca esteve em Pelotas!  Então,  senhor seja honesto, tenha hombridade,  honre a corporação militar que o senhor diz fazer parte e pense se quer continuar sendo ridículo,  a decisão é sua. Mas como pude esquecer que não somos próximos a Cláudia para conhecer o que aconteceu?! Afinal não sabemos de nada, o senhor é que sabe, ou não?!

Finados

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Muitas pessoas já me disseram que o que eu estou fazendo é inócuo, não tem resultado, que não pode ajudar a Cláudia, que nem a trará de volta, que só me exponho, que eu deveria parar,  enfim foram muitos os comentários e as palavras de todos os lados. Realmente, não posso trazer a Cláudia de volta e como sofro e choro por isso… Quando a conheci ela tinha 17 anos e eu 21, isso é uma vida de amizade e cumplicidade, se eu não fizer nada me sinto traindo tudo o que vivemos e partilhamos juntas, posso ao menos falar sobre ela, para ela e para quem me lê. Sou direta nas minhas palavras, não sei ser diferente,  porque tento  pautar a minha vida com correção, não sou perfeita, mas tento ser verdadeira comigo mesma, com os meus sentimentos, então, não estou aqui tentando convencer ninguém, simplesmente escrevo. Eu tenho uma única meta,  defender uma amiga querida, uma irmã amada que não está aqui, não pode falar, então, se eu puder ajudar dando um pouco da minha voz, falando sobre ela para as pessoas, assim farei, com tudo aquilo que sei; minha amizade e amor estarão sempre presentes para a Cláudia! Momentos difíceis esses que estamos vivendo, de falta, saudade, por vezes de recolhimento, outras de exposição, de ser eternamente responsável pela pessoa que cativamos, por mais que achem piegas. É assim que me sinto por essa amiga, o que nos uniu foi um enorme amor pela vida, uma tenacidade e força para buscar os nossos sonhos e objetivos. É assim que estou agindo, estou buscando a Cláudia, nas lembranças e na vida. O silêncio de hoje está calando fundo!  Não espero que me entendam, mas espero respeito!

Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso…
– Mario Quintana

Esclarecimentos (parte 2)

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Por alguns dias a Lisa irá informar coisas que soube perguntando a família e aos amigos da Cláudia e, então, vários questionamentos que não tinham respostas para ela simplesmente foram explicados, não foi nada difícil entender.

DANDO CONTINUIDADE AOS ESCLARECIMENTOS… – por Lisa Siqueira

1. O senhor Pedro Gomes, marido de Cláudia, não é rico, muito menos influente ao ponto de exigir da justiça o sigilo nas investigações. Ele é engenheiro civil, não é o promotor do caso e trabalha no ramo da construção civil, com seus irmãos. Ninguém da família tem o poder de se sobrepor ao judiciário e autorizar ou desautorizar a justiça a fazer alguma coisa. Quem afirma este absurdo está mentindo e quem acredita está sendo, no mínimo, ingênuo.

2. O senhor Pedro Gomes estava em Porto Alegre quando a Cláudia desapareceu. Ele passou a noite na companhia do irmão, no alojamento do Clube Náutico e foi deitado na cama deste alojamento que ele recebeu a ligação da Cláudia. Ele já estava dormindo, ela percebeu e disse: “Já estás dormindo. Amanhã falamos. Beijos”. A ida à capital foi para ajudar o irmão na compra de um veleiro. Saiu de Porto Alegre às 14 horas da sexta-feira, dia 10. Durante sua estadia em PORTO ALEGRE, telefonou para a Cláudia mais duas vezes e para outras pessoas também. A polícia confirmou a localização das ligações. Qualquer coisa comentada fora dessa realidade é fofoca e/ou maldade. AMANHÃ TEM MAIS…