Há oito anos perdi uma grande amiga para o câncer, não houve tempo para me preparar entre o diagnóstico e a partida dela. Era a minha parada obrigatória em Porto Alegre, quando ía para o sul, geralmente dormia na sua casa para no dia seguinte seguir viagem para Pelotas, quando não podia ficar na ida, voltava um dia antes para as nossas conversas de horas. Em Pelotas a obrigatoriedade imposta pelo meu coração era a casa da Cláudia. Sofremos juntas com a partida da Ina, nós duas a amávamos. Mas da Ina pude me despedir, voei para Porto Alegre para ficar ao lado dela, nos seus últimos três dias, houve um curto tempo, mas tive isso. Hoje bateu uma saudade doída das duas. Aos poucos o sul vai perdendo o sentido, minhas viagens ficam restritas a minha família, que amo, mas minhas amizades, que são poucas e muito verdadeiras, não estão lá. Perdi duas interlocutoras que se comunicavam com a minha alma…