
Estava pensando um texto bem legal para fazer sobre nós mulheres e o nosso dia, para publicar no meu blog, Pós50, isso foi interrompido pelo anúncio de dois feminicídios aqui em Brasília, dentre tantos ocorridos no Brasil, como o teu.
Primeiro foi a Sandrinha, uma capoeirista, que nos anos 90 desenvolveu seu projeto de ensinar capoeira para crianças em praças públicas no Guará, cidade satélite do Distrito Federal. A vida depois fez dela uma moradora de rua, cujo companheiro colocou um final, sufocando-a e colocando fogo em seu corpo num contêiner.
Romilda era uma mulher que viveu todos os seus sonhos e realizou conquistas em sua vida, ser profissional realizada, mãe e dona do próprio negócio. Ontem, 6/3/2018, seu marido colocou um ponto final no processo de separação.
Ambas foram mortas por seus companheiros, o da Sandrinha saiu caminhando pela rua, como se nada tivesse acontecido, depois de colocar fogo no contêiner com o corpo da companheira. A Romilda foi morta a tiros pelo companheiro que depois se suicidou deixando dois filhos um de 3 e outra de 4 anos.
Duas histórias muito diferentes com um mesmo final trágico, ambas mulheres mortas por pessoas com quem compartilhavam a vida.
Dos 4.473 homicídios dolosos de mulheres, ocorridos em 2017, no Brasil, 946 são feminicídios. Estatísticas são números frios, quando se dá nome é que se percebe a tristeza dessas histórias.
Muitas pessoas questionam porque existe um dia só das mulheres, acredito que é porque existem problemas de discriminação, sexismo, feminicídio, infanticídio de meninas. Os problemas não são causados pelas mulheres, a maioria discriminada.
Minhas condolências às famílias dessas duas mulheres.
Feliz 8 de março – dia da mulheres Cláudia!