
É assim que eu quero lembrar sempre de ti, com esse sorriso largo e feliz.
Dia 19 de março, o processo do teu desaparecimento foi arquivado. Naquela noite, a tua mãe escreveu um texto pra ti e para todos os que acompanham o teu caso, para começarmos uma nova etapa, a de paz, luz e orações por ti.
Tu eras uma pessoa de fé, congregavas a fé espírita. Eu, hoje, quero me colocar no teu lugar e no da tua mãe. Olhar tudo o que aconteceu pelos teus olhos e pensar no que tu, como mãe, gostarias que tivesse acontecido.
E, pensando em ti, em tudo o que vivemos, em mais de 30 anos de amizade, acredito que me dirias, assim foi melhor.
Sabemos que na doutrina espírita sempre viemos juntos, para algum resgate, crescimento e, eu diria, nos meus parcos conhecimentos, em comparação aos teus, que também para a justiça de vidas passadas.
A tua mãe me confidenciou que não conseguiria ver o neto sendo preso e na cadeia. Só ela sabe a dor que foi te perder, só ela carrega essa cruz, por ela tenho o máximo respeito, por toda a dignidade perante a dor. Também me disse, a Cláudia nunca poderia ver isso.
O que as pessoas pensam disso já não importa, o que importa é o bem estar da tua mãe. Então a frase doa a quem doer fica sem sentido, porque quem está carregando esta dor é a tua mãe. Também dói em nós, mas é ela que sente a tua falta todos os dias, o sofrimento imenso é dela.
Se houver julgamentos públicos pela decisão da D. Zilá, que venham, independente de tudo o que aconteceu nesses 4 anos, todas as ações tomadas pela família e pelos amigos sempre foram julgadas. Seguimos em frente, sempre foi pela Cláudia…
Essa falta justiça terrena me faz crer que assim desejastes, precisas agora do teu descanso, como me disse a tua mãe. Por isso te ofereço as minhas orações, para que encontres a tua luz e o teu caminho espiritual.
Que o teu espírito fique em paz minha amada amiga e irmã!
Agora descansa na acolhida de Deus!