
A Cláudia sempre estará conosco, nós que a amamos tanto.
Não escrevo sobre justiça, a pedido da dona Zilá, peço luz, oração.
Aqui vai um breve histórico, sobre os tempos de desaparecimento da Cláudia.
Quando a Cláudia desapareceu foram dias sombrios, cheios de dúvida, incertezas, onde ela estaria, com quem estaria. Qual o motivo do seu desaparecimento e, durante meses, acreditamos que ela estava viva, apenas desaparecida, não porque quisesse, mas por que havia sido levada a força.
A família, os amigos a procuraram durante meses. Qualquer pista era seguida ansiosa e minuciosamente.
Foram quilômetros dirigidos pela cidade, pelo entorno, pelo campo, pela cidades vizinhas. Enquanto, a esperança ia se diluindo e a tristeza e o desespero se instalavam e aumentavam, dia-a-dia.
Quando se esgotaram todas as tentativas, não tínhamos mais o que fazer, foi contratada uma empresa de investigação e nenhuma pista foi encontrada.
Mais uma vez momento de desespero.
Além deste sofrimento, enfrentávamos a calúnia e as fofocas. Procurando defender a sua reputação com unhas e dentes, foram dias tristes, inacreditáveis.
Não era só o desaparecimento, tínhamos pela frente a morbidez dos ditos humanos do bem.
O tempo passou, nunca nos acostumamos com teu desaparecimento, vivemos com essa tragédia em nossas vidas, com a eterna lembrança da tua presença.
Dona Zilá, pessoa de fé inabalável, em nossas conversas me diz que quer te guardar como eras. Não quer ver os teus restos mortais, que estás numa nova etapa, nessa nova vida apenas necessitas de luz e orações.
Ela, mais do que ninguém, enfrenta a dor do teu desaparecimento. Ela, mais do que ninguém, pode pedir por ti. Só ela vive intensamente o fato de não ter mais a filha presente em sua vida, só ela tem o direito de dizer o que quer da vida que lhe resta.
Nós, que te amamos tanto, seguimos o pedido dela, D. Zilá pede luz e orações para a Cláudia.