Partir…

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Os jornais hoje estão recheados de mulheres mortas, apenas agora pela manhã li a notícia de duas, inexoravelmente, me vem a mente o teu desaparecimento, não que ele seja esquecido, ele é uma marca constante, feita a ferro e fogo, que dói nos momentos mais estranhos, é tanta desesperança e revolta ao mesmo tempo, a dita lei é apenas a colocação de letras mortas postas num papel frio, sem sentimento, e até hoje, não permitiu justiça. Não quero a justiça feita pela raiva, mas a quero, muito, que ao menos o teu processo ande. Não temos como nos conformar com o que aconteceu, nem um corpo nós tivemos para abraçar, nem uma confissão para extravasar, o nada bate na nossa cara o tempo todo. Eu não fiz direito, mas nessas horas vem a vontade de ter feito para entender onde estão as falhas processuais. Um dia falei, quando ainda acreditava na tua vida, que primeiro te queria conosco, depois queria a justiça, ainda gostaria de te ter, de fazer um enterro digno pra ti, queria mesmo que as apurações feitas pudessem ter esclarecido o que aconteceu e ter te trazido para nós. Mas essa não foi a realidade, conviver com isso causa dor e uma revolução constante em mim, indignação! Para as estatísticas tu és um número, para nós puro sentimento…