Essa semana eu estava no hospital acompanhando minha mãe, que tem uma médica maravilhosa doutora Vera Magally, e em determinado momento ela me falou do caso da Cláudia, por conhecer a minha amizade e também por ser professora da mesma universidade. Me disse: Adriana tu não superastes isso, alguém está te ajudando como médico?! Aí eu respondi que tinha um cardiologista, um endocrinologista, um neurologista, um ginecologista, um otorrino, médicos como ela não, que trata da minha mãe como um todo, eu só tenho médicos que tratam partes da Adriana e não Adriana como um todo.
Quando meu irmão morreu, eu falei pra ela, foi muito triste era meu único irmão, gravemente doente, eu entendi o momento terrível na vida dele, triste me conformei. O desaparecimento da Claudia, da minha irmã, aquela que universo me enviou, foi uma bofetada na minha cara. Essa bofetada dói e arde até hoje. Eu não consigo me recuperar, por mais que eu tente.
Toda vez que eu vou a Pelotas eu volto para despedidas, no caso da minha mãe, agora com 92 anos, e que já superou tantos acometimentos naturais da idade e com a ajuda da Dra. Vera, são sempre pequenas despedidas.
Eu sei que em breve eu terei que me despedir de verdade, entenderei pela idade, e, por tudo que ela já viveu, eu serei grata.
Ainda não consegui ter esta grandeza de sentimento no caso da Cláudia. Quem fez isso com ela, no auge da vida dela pessoal e profissional, não atingiu só a ela, atingiu a dona Zilá, a tia Maria e a todos que a amaram e a amam e não a esquecem.