
Todos se perguntam o que aconteceu com a Cláudia.
São inúmeras as perguntas não respondidas, mesmo para nós, amigos e família, não há respostas.
O que se sabe: Cláudia visitou enfermos, jantou com uma amiga, retornou para casa. Entrou e fez um café, jogou a colherinha na pia, como sempre fazia. Seu filho, de quem sou madrinha, estava em casa.
Se percebeu uma diferença de comportamento, as roupas dobradas no quarto. Como ela visitou doentes, ela não entraria com essas roupas no quarto, ela as colocaria direto na máquina de lavar, porque sempre fazia assim. Por ser uma cientista, que estudava doenças, tomava muito cuidado com contágio.
Sobre as cortinas, no dia da faxina a Cláudia, pela manhã, retirava as cortinas e colocava para lavar, quando voltava para casa, pendurava as cortinas, para secar, já no local delas.
Isso é o que sabemos!
As pessoas sempre perguntam como que o goleiro Bruno foi preso e no caso da Claudia não há nenhuma prisão. Eu respondo, no caso da Elisa Samudio havia materialidade, o sangue dela foi encontrado no carro e seu filho estava, sob os cuidados da ex-mulher do goleiro. No caso da Cláudia não existe absolutamente nada, nem o corpo, nenhuma materialidade.
Quanto as críticas à família e aos amigos. No início, todos nós fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, para encontrar a Cláudia viva, porque acreditávamos nisso.
Também apostamos nas investigações da Polícia. E aqui eu faço uma ressalva, a demora no início dessa investigação e a greve que aconteceu no meio dela, trouxeram prejuízo ao caso. Outro problema enfrentado, a falta de peritos no Rio Grande do Sul.
Quando vimos que a investigação policial não seria suficiente, foi contratada uma empresa particular, para acompanhar o caso. Essa empresa também não obteve nenhum resultado.
De minha parte, uma particularidade, eu procurei duas espiritualistas inclusive, para obter algum tipo de resposta. Nenhuma delas conseguiu encontrar a Claudia, sequer no umbral. Com uma delas fiz 3 consultas.
Encontramos no caminho alguns impedimentos. Não sei o porquê que uma das pessoas, que pensou em criar a página desaparecida, estava mais interessada em defender os acusados, do que realmente preservar a memória da Cláudia. Isso ainda é um mistério, inclusive para as pessoas que mantiveram a página, a quem agradeço, depois da saída dessa criatura.
A Claudia foi tremendamente prejudicada e a investigação sobre o caso dela também. O Ministério Público resolveu processar algumas pessoas, por considerar que estavam prejudicando as investigações, com as intensas críticas ao promotor e ao advogado da Cláudia. Ao advogado, naquele momento, todos os meus agradecimentos, era um colega de universidade da Cláudia, que se propôs a atender a dona Zilá, sem nenhuma remuneração.
Quanto ao perito Sanguinetti. A família procurou a ajuda dele, lhe deu todo o apoio, inclusive fornecendo informações sobre o caso da Cláudia. Para nossa surpresa, ele foi um dos que se colocou ao lado da pessoa que eu citei acima, que defendia os culpados. A partir daí, nós nos posicionamos contra a ida dele a Pelotas, por acharmos que ele também estava prejudicando o processo.
A verdade é que, não sabemos o que aconteceu, como aconteceu, onde a Cláudia está, não sabemos. Encontramos muitas dificuldades no decorrer da investigação e de todo processo criminal.
Gostaríamos que ela tivesse sido encontrada e recebesse um enterro digno, o que não foi possível.
Sobre a dona Zilá, uma das pessoas mais fortes que eu já conheci na minha vida, de uma fé inabalável e dignidade extrema, de um imenso respeito a memória da filha e para tudo que dela restou. Até hoje ela faz o Evangelho espírita no lar, pela família e pela Cláudia.
Aqui na terra, não há mais nada a fazer, enquanto não surgir nenhuma pista.
Pela crença da dona Zilá e da Cláudia, há a esperança na busca de uma vida espiritual tranquila e cheia de luz.
Para quem, até hoje, mantém a memória da Claudia viva, todos os meus agradecimentos!